Gestor de TI em escritório moderno usando software ITSM em tela de computador com gráficos e ícones de tecnologia

O cenário atual da tecnologia nas empresas mudou bastante nos últimos anos. Talvez você já tenha sentido isso na pele: mais sistemas, mais demandas, expectativas altas dos usuários. Isso é o novo normal. Por trás dessa engrenagem, há o gerenciamento dos serviços de TI, um verdadeiro alicerce para tudo funcionar bem – e aqui entra o conceito de ITSM, ou Service Management para tecnologia.

Este artigo traz uma visão completa e sem rodeios, pensada para quem está à frente da área de TI, buscando entender o papel dos softwares especializados, como eles estruturam operações complexas, seus benefícios, tendências e caminhos para uma adoção bem-sucedida. Vamos juntos?

Entendendo o que é ITSM e por que ele importa

ITSM é a sigla para Gerenciamento de Serviços de TI. Apesar do nome sofisticado, no fundo estamos falando de um conjunto estruturado de práticas, políticas e procedimentos usados para planejar, entregar, organizar, controlar e melhorar os serviços de tecnologia dentro das organizações.

Na prática, as soluções de gestão de serviços conectam três mundos:

  • O operacional (manter sistemas disponíveis e funcionando)
  • O estratégico (alinhar TI aos objetivos de negócio)
  • O humano (aumentar satisfação dos usuários e da equipe)
Um serviço de TI bem gerenciado não é percebido pelo barulho das falhas, mas pelo silêncio do que funciona.

Em 2023, o mercado global de plataformas e ferramentas para gerenciamento de serviços de TI atingiu o valor de US$10,5 bilhões. O crescimento segue firme: projeções indicam que esse número pode alcançar US$22,1 bilhões em 2028. Existe um bom motivo para tanto investimento: cada vez mais empresas dependem de tecnologia para prosperar, atender clientes e inovar.

Os cinco pilares do gerenciamento de serviços de TI

Para transformar teoria em prática, os softwares desse segmento se organizam em torno de cinco componentes. Cada um deles protege um aspecto essencial do ambiente de TI e garante o funcionamento correto da operação. Veja como cada pilar trabalha:

Gestão de service desk

A porta de entrada dos chamados e das solicitações dos usuários, também conhecida como central de serviços. Além da triagem de chamados, as soluções atuais vão além: oferecem canais de autoatendimento, como chatbots inteligentes, bases de conhecimento, perguntas frequentes e até fóruns colaborativos.

Imagine um colaborador com dúvida sobre acesso. Em vez de depender apenas do atendimento humano, ele pode consultar a base de conhecimento, interagir com um chatbot e, se necessário, abrir um ticket. Tudo de forma rápida, sem sobrecarregar a equipe.

Atendimento de service desk com chatbots e colaboradores

Gestão de incidentes

Incidentes são interrupções inesperadas no serviço – aquela pane que derruba um sistema, por exemplo. O gerenciamento estruturado de incidentes foca em resolver o problema rapidamente, restaurando o serviço para não prejudicar os negócios.

Mas não para por aí. Após a resolução, geralmente há uma análise pós-incidente: o que causou? Como evitar na próxima vez? Isso traz aprendizados e oportunidades de prevenção.

Gestão de problemas

Incidentes recorrentes podem ser sintomas de um problema maior ou oculto. Por isso, existe um processo específico para identificar, investigar e eliminar as causas raiz. Os sistemas de gestão modernos já incorporam análises preditivas, inclusive com inteligência artificial, capazes de detectar padrões e sugerir intervenções antes da pane aparecer.

Gestão de mudanças

Mudanças são inevitáveis em TI: atualizações, troca de hardware, inclusão de novos recursos. Um descuido pode causar indisponibilidade ou até riscos à segurança. O gerenciamento focado nesse aspecto define processos formais para analisar, aprovar e implementar alterações – tudo de forma controlada, reduzindo o risco para a empresa.

Gestão de configurações

Cada ativo de TI – servidores, computadores, aplicativos, contas etc. – precisa ser rastreado. O controle de configurações e de ativos é responsável por mapear todas essas peças, garantir a atualização e a integridade das informações, além de apoiar o inventário.

Mapa de configuração de ativos de TI interligados

O que um software de gerenciamento de serviços entrega?

No dia a dia, um sistema desse tipo não serve só para registrar chamados. Ele atua em várias camadas:

  • Centraliza, organiza e historiza as demandas
  • Traz visibilidade do ambiente de TI em tempo real
  • Permite automação de tarefas repetitivas
  • Apoia a conformidade de políticas e normas
  • Garante rastreabilidade para auditorias
  • Escala facilmente conforme a empresa cresce
  • Gera relatórios e indicadores para tomada de decisão
  • Promove satisfação do usuário final com respostas mais ágeis

Talvez o maior ganho não seja apenas organizar processos, mas sim manter o ambiente tecnológico “visível”, previsível e seguro.

Para quem quer saber mais sobre como uma boa gestão e suporte de TI suportam esses ganhos, há exemplos práticos já documentados.

Modelos de cobrança: o que observar antes de investir

Quando chega a hora do orçamento, toda empresa encontra um ponto delicado. A modalidade de preços mais tradicional entre os softwares de monitoramento e atendimento é “por endpoint” – cobra-se por dispositivo ou recurso protegido. No início, o investimento parece justo, mas à medida que a organização cresce, a conta aumenta proporcionalmente.

Por outro lado, um modelo alternativo que vem ganhando força é o “por técnico” (pay-per-technician), onde não importa quantos endpoints ou ativos são gerenciados, mas sim quantas pessoas realizam o suporte. Assim, o crescimento de dispositivos não traz surpresas desagradáveis na fatura.

  • Para departamentos internos de TI: US$149/mês por técnico
  • Para provedores de serviços gerenciados (MSPs): US$129/mês por técnico
Prever custos é o primeiro passo para um crescimento saudável.

Principais frameworks suportados: cada caso, um caminho

Ao adotar uma solução de gerenciamento de serviços, você entrará em contato frequente com frameworks, ou seja, conjuntos de boas práticas que guiam a operação. Os principais são:

  • ITIL - direciona o alinhamento entre TI e objetivos estratégicos de negócio, trazendo processos bem definidos para cada etapa
  • COBIT - foca na governança, controles e auditorias, ideal para ambientes mais regulados
  • ISO/IEC 20000 - padrão internacional para gestão de serviços, enfatiza consistência, padronização e qualidade

Cada abordagem tem suas vantagens. Há situações em que é melhor focar em gestão de mudanças e incidentes, outras que demandam controle de ativos ou conformidade pesada. Cabe adaptar a escolha ao contexto real do negócio.

No blog, há aprofundamentos sobre diferentes caminhos para escolher e personalizar processos de TI, sempre orientando a decisão conforme a maturidade e as metas da empresa.

Monitoramento remoto integrado: visão ampliada e ação imediata

Uma tendência clara no setor é a integração dos sistemas de gerenciamento de serviços com ferramentas de monitoramento e gestão remota (conhecidas como RMM, ou Remote Monitoring and Management).

  • Monitoramento proativo: identifica lentidão, falhas ou ameaças antes que afetem usuários
  • Criação automática de tickets para incidentes detectados pelo monitoramento
  • Gatilhos automáticos: tarefas como reinicialização de serviços ou isolamento de máquinas acontecem sem intervenção manual
  • Controle de ativos e patch management em tempo real

Em especial para provedores de serviços (MSP), esses recursos são fundamentais para atender vários clientes remotamente, com visibilidade e velocidade. E claro, apoio total para decisões embasadas.

Gestor de TI monitorando ativos remotamente em tempo real

Boas práticas para implementar um software de gestão de serviços de TI

O sucesso começa antes mesmo da contratação da plataforma. Uma implementação eficiente depende de etapas bem estruturadas e, claro, de engajamento de todas as partes envolvidas na empresa. Veja um roteiro possível:

  1. Buscar apoio das lideranças: precisa estar claro para todos que a mudança vai impactar resultados do negócio e facilitar o cotidiano das equipes.
  2. Envolver e treinar todas as partes envolvidas: tanto usuários quanto time de TI devem conhecer a ferramenta e participar da definição de processos.
  3. Avaliar capacidades e necessidades: faça entrevistas e colete feedbacks de quem usa os serviços, além de mapear habilidades do time atual.
  4. Listar e priorizar desafios ligados ao negócio: problemas frequentes, reclamações, falhas que comprometem resultados, tudo entra na lista.
  5. Definir metas e desenhar a estratégia: o que queremos melhorar? Quais integrações (automação, autoatendimento, predição)? Como medir sucesso?
  6. Executar conforme o planejamento: atenção ao cronograma, integração fácil ao ambiente, garantir treinamento a todos e registrar processos.
  7. Realizar revisões contínuas: monitore métricas, recolha novos feedbacks, ajuste estratégias e aproveite para inovar sempre.

Se você se interessa por um passo a passo detalhado, há um ótimo material sobre como implementar gestão de TI para construir valor desde as primeiras etapas.

Novas tendências em ITSM: IA e além

Muitos gestores relatam que as demandas nunca param de crescer. O tamanho dos times, nem sempre acompanha. Por isso, automação e inteligência artificial vêm ganhando ainda mais destaque nos softwares de gerenciamento de serviços. Veja o que está mudando:

  • Análise preditiva com IA: com IA integrada, é possível prever picos de chamados, antecipar falhas e propor soluções automáticas antes do prejuízo aparecer.
  • Automação da resolução de incidentes simples: muitas ocorrências podem ser resolvidas sem ação humana, acelerando respostas e eliminando gargalos do suporte.
  • Expansão do gerenciamento de serviços para outras áreas: o conceito de Enterprise Service Management leva boas práticas de TI para RH, financeiro, facilities, etc.
  • Soluções em nuvem e mobilidade: gerenciamento acessível de qualquer lugar, podendo suportar equipes remotas e integrações com plataformas externas.
  • IA generativa integrada: exemplos como copilotos digitais, capazes de sugerir ações preventivas e apontar riscos a partir de dados contextuais.

Quem quiser entender mais sobre integração de nuvem e gerenciamento de TI, encontra dicas aprofundadas no guia sobre a migração de sistemas para a nuvem.

Conclusão: evolução contínua para resultados duradouros

O gerenciamento de serviços para tecnologia amadureceu muito nos últimos anos. O que antes era visto como “máquina de receber chamados” se transforma agora em uma solução muito mais estratégica, integrando frameworks tradicionais como ITIL ao poder preditivo da inteligência artificial. Tudo isso faz uma diferença real: menos tempo parado, decisões melhores e experiências mais personalizadas para o usuário.

Quando TI acompanha os movimentos do negócio, a inovação acontece num ritmo diferente.

Com tantas novidades, perspectivas futuras incluem computação quântica, edge AI e IoT, tornando o gerenciamento dos serviços ainda mais inteligente, autônomo e adaptável. Cabe aos gestores estarem sempre atentos, reajustando processos e aproveitando tudo o que a tecnologia pode entregar.

Para quem sente que está diante de um novo desafio ou pretende amadurecer ainda mais a gestão, continuando a pesquisa, vale conferir a categoria de gestão de TI no blog, reunindo tendências e aprendizados do setor.

Perguntas frequentes sobre ITSM

O que é um software ITSM?

Um software ITSM, ou sistema de gerenciamento de serviços de tecnologia da informação, é uma plataforma que padroniza e organiza todos os processos relacionados à entrega, controle e melhoria dos serviços de TI em uma empresa. Ele integra ferramentas como service desk, gestão de incidentes, problemas, mudanças e configurações, permitindo automação, monitoramento e análise do ambiente de TI para garantir que as necessidades da organização e dos usuários sejam atendidas de forma ágil e segura.

Como funciona um sistema ITSM?

O sistema ITSM centraliza a gestão de solicitações, incidentes e ativos de tecnologia em um só lugar. Ele registra cada chamado, automatiza fluxos de trabalho, gera notificações, cria relatórios e, em muitos casos, integra inteligência artificial para antecipar problemas e otimizar respostas. O funcionamento é todo baseado em boas práticas e frameworks conhecidos do mercado, garantindo obrigatoriedade de etapas e conformidade. Usuários podem abrir chamados via portal, chatbot ou e-mail, enquanto equipes de TI recebem e gerenciam todas as demandas pelo painel central, recebendo ainda indicadores que apoiam melhorias constantes.

Quais os benefícios do ITSM para empresas?

A adoção do ITSM pode trazer: maior controle e organização das demandas de TI, redução do tempo de resposta a problemas, melhor satisfação dos usuários, automação de atividades rotineiras, apoio à conformidade com normas regulatórias, visibilidade em tempo real do ambiente tecnológico, redução de custos (especialmente quando há automação), escalabilidade dos serviços e embasamento para decisões estratégicas. Tudo isso contribui para uma TI vista verdadeiramente como parceira do negócio.

Quanto custa implementar ITSM?

O custo de implementação pode variar bastante e depende de fatores como tamanho da empresa, complexidade do ambiente de TI, quantidade de técnicos e integrações necessárias. Modelos tradicionais cobram por número de dispositivos (endpoint), o que pode encarecer o investimento conforme o crescimento da organização. Alternativas no formato “por técnico” cobram um valor fixo mensal (como US$149 por técnico para departamentos internos de TI e US$129 para provedores MSP), facilitando o controle de gastos e a previsibilidade orçamentária.

Qual o melhor software ITSM disponível?

O melhor software para gerenciamento de serviços de TI pode variar conforme o porte da empresa, os processos existentes e o grau de automação desejado. O ideal é avaliar a aderência da ferramenta aos principais frameworks do mercado (como ITIL, COBIT e ISO/IEC 20000), analisar se há integração nativa com monitoramento remoto, recursos de automação, análise preditiva e facilidade de expansão. A escolha deve ser feita considerando as necessidades, metas e resultados esperados por sua empresa, priorizando sempre ferramentas que equilibrem funcionalidades, custo e suporte técnico qualificado.

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Altair Correa

SOBRE O AUTOR

Altair Correa

Altair Correa atua há mais de 20 anos no mercado de tecnologia, dedicando-se ao desenvolvimento de soluções inovadoras em TI. É especialista em gestão, suporte técnico, segurança da informação e consultoria estratégica, com paixão por construir relações duradouras e entregar eficiência aos clientes. Altair acredita no poder da tecnologia personalizada e segura para transformar empresas, prezando sempre pela proximidade, confiança e excelência nos resultados entregues. "Em movimento, com propósito.”

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