A segurança da informação nas empresas mudou de patamar nos últimos anos. Se antes acreditava-se que proteger o perímetro era o bastante, hoje as ameaças estão em toda parte: dentro e fora das organizações, na nuvem ou no servidor local, vindas de usuários autorizados ou de invasores externos.
Nesse cenário, um conceito passou a ganhar destaque e conquistar empresas de todos os portes: o chamado Zero Trust. Mas será que todo mundo entende mesmo o que significa e como, de fato, aplicar essa abordagem no mundo real? Conversando com clientes da Altcom Tecnologia, percebo que muitas dúvidas aparecem quando o assunto é Zero Trust e, principalmente, como transformar teoria em prática.
Por que o modelo tradicional não funciona mais
Vamos voltar um pouco. O antigo modelo de segurança da informação baseava-se em proteger o chamado “castelo e fosso”. Ou seja: bastava garantir um perímetro seguro na rede corporativa que tudo estaria protegido. Dentro, todos eram confiáveis. Fora, todos eram suspeitos.
Só que o mundo mudou. As empresas migraram dados para a nuvem, abriram acesso remoto para equipes e fornecedores, passaram a adotar dispositivos móveis e aplicações SaaS. O perímetro deixou de existir.
Toda conexão é agora um novo perímetro.
E aí, confiar cegamente em qualquer usuário ou dispositivo só porque está “dentro” da rede virou sinônimo de risco. Brechas internas passaram a ser tão perigosas quanto as externas.
Zero Trust: o conceito que olha para tudo com desconfiança
Nasceu então o conceito de Zero Trust – que em tradução literal quer dizer “confiança zero”. Mas o nome não é só uma frase de efeito. Ele realmente é levado ao pé da letra em tudo que diz respeito à segurança digital.
Resumidamente, Zero Trust parte de uma regra de ouro:
Nunca confie. Sempre verifique.
- Todos os acessos são tratados como potencialmente inseguros.
- Cada usuário, cada dispositivo, cada aplicativo, cada tentativa de acesso precisa ser autenticada, validada e monitorada.
- O conceito elimina suposições. Ou seja, não importa se o acesso parte do escritório, do home office ou de outro continente: a postura será sempre de desconfiança ativa.
Os princípios do Zero Trust em linguagem clara
Sem rodeios, o Zero Trust tem alguns pilares práticos:
- Verificação constante: A cada solicitação de acesso, a identidade do usuário e do dispositivo é checada.
- Menor privilégio: Cada usuário só recebe acesso ao mínimo de recursos necessários para sua função.
- Microsegmentação: As redes são divididas em segmentos menores, reduzindo o impacto de qualquer invasão local.
- Monitoramento e análise contínua: Todo o tráfego é acompanhado em tempo real, em busca de comportamentos suspeitos ou inadequados.
- Confirmação de integridade: O sistema verifica se as configurações, políticas e softwares usados estão seguros e dentro dos padrões da empresa.
Parece exagerado, mas é justamente esse nível de controle que tem permitido reduzir drasticamente a exposição a ataques e vazamentos.

Por que o Zero Trust está dominando o mercado
De acordo com dados da consultoria Gartner, cerca de 63% das organizações já adotaram, ao menos parcialmente, a abordagem Zero Trust.
A principal razão para tamanha adesão está na necessidade de se adaptar a um cenário em que os ataques cibernéticos aumentam a cada ano, adotando táticas cada vez mais criativas para explorar falhas humanas e técnicas.
Outro ponto é a adequação a normas como a LGPD, que exige controle rigoroso sobre quem acessa o quê nas bases de dados corporativas. E, claro, o aumento do trabalho remoto acelerou muito a busca por novas estratégias, incluindo a migração massiva para nuvem.
Zero Trust na prática: por onde começar
Olhar o conceito é fácil. O desafio real é transformar ideias em ações objetivas dentro da empresa – seja ela pequena, média ou de grande porte.
A Altcom Tecnologia costuma seguir uma trilha prática para aplicação do Zero Trust, sempre levando em conta a realidade e a estrutura de cada cliente.
1. Mapeie todos os ativos digitais
Você sabe exatamente onde estão seus dados mais valiosos? Conhece todos os dispositivos conectados à sua rede, inclusive os pessoais?
Pois sem esse inventário detalhado, nem pense em dar o próximo passo.
2. Identifique e classifique usuários e permissões
Separar perfis de acesso por função é um dos pilares. Sempre digo: quem trabalha em um setor não deve, por padrão, ter acesso restrito a informações do outro.
- Revise as permissões periodicamente;
- Use autenticação multifator para todos;
- Desabilite acessos antigos ou inativos.
3. Implemente políticas claras de segurança da informação
Crie normas objetivas sobre como dados podem ser acessados, armazenados ou compartilhados. Uma boa referência são os conteúdos sobre políticas de segurança da informação e controles mencionados em nosso blog.
4. Invista em microsegmentação e monitoramento
Em vez de tratar a rede corporativa como uma coisa só, divida-a em partes isoladas – sala do financeiro, RH, diretoria, operação, servidores críticos, dispositivos móveis, entre outros.
Use ferramentas que permitem rastreamento em tempo real do que acontece, em cada segmento.
5. Promova uma cultura de segurança
Zero Trust não é só sobre tecnologia. Envolve também pessoas. Afinal, o elo mais fraco ainda costuma ser o fator humano.
Conscientizar é proteger.
Não hesite em investir em treinamentos regulares. Ensine sua equipe a identificar golpes, fraudes digitais e a importância de nunca compartilhar senhas – mesmo diante de solicitações urgentes.

Desafios e mitos comuns ao adotar Zero Trust
Ainda existem alguns mitos bem comuns no mercado. Alguns gestores acreditam que Zero Trust, por ser detalhista, torna a rotina da equipe mais lenta. Outro acha que será necessário trocar toda a infraestrutura.
A real: com metodologia adequada, dá para implementar de forma gradual, sem paralisar setores e aproveitando parte do que já existe. É preciso planejamento, sim, mas também flexibilidade para adaptar.
A abordagem Altcom Tecnologia é seguir passo a passo, criando processos de prevenção a incidentes e acompanhamento próximo – como na metodologia Altcom 365 – justamente para que a transição seja quase imperceptível para o usuário final.
Zero Trust e a proteção dos dados sensíveis
Tratar todos os fluxos de dados como não confiáveis por padrão torna a exposição mínima. Qualquer tentativa de acesso não autorizada é rapidamente bloqueada e alertada.
Se você quer saber mais sobre como proteger informações estratégicas, recomendo conferir nosso conteúdo sobre segurança de dados na prática e os impactos positivos do Zero Trust nesse contexto.
Zero Trust no combate a ataques modernos
O que antes era “raridade” virou rotina: invasões por ransomware, golpes de phishing, engenharia social, ataques internos e até falhas involuntárias de colaboradores. Inclusive, estudos apontam que o ransomware prejudica empresas no Brasil todos os dias.
Com políticas de Zero Trust, mesmo se um setor for comprometido, o dano tende a ser limitado ao mínimo possível. A microsegmentação e o monitoramento, de novo, fazem toda a diferença.
Zero Trust e ambientes híbridos: nuvem e local
Há quem acredite que só faz sentido em ambientes 100% digitais. Isso não é verdade. O conceito Zero Trust se aplica tanto à nuvem quanto a servidores locais, sistemas legados, dispositivos móveis e até IoT.
Na Altcom, montamos projetos combinando Microsoft 365, cloud, soluções locais e ferramentas de monitoramento contínuo para entregar aos clientes camadas adicionais contra ameaças – independentemente de onde estejam os dados.
Benefícios práticos do Zero Trust para as empresas
- Redução de riscos de vazamento: acessos são rastreados e validados o tempo todo;
- Diminuição de impacto de incidentes: uma eventual invasão causa menos estragos;
- Compliance facilitado: audit trails e permissões alinhadas a normas como LGPD;
- Gestão centralizada: os acessos podem ser controlados a partir de painéis únicos de administração.
- Agilidade em respostas: ações automatizadas quando padrões estranhos são detectados.

Claro, são muitas vantagens. Só que, honestamente, nenhuma substitui o valor de construir uma relação de confiança entre empresa, equipe de TI e usuários. O Zero Trust não elimina a importância do olhar humano, mas amplia o leque de proteção e prevenção.
Se você quer saber mais sobre testes de segurança na prática, vale conferir nosso artigo sobre o pentest e benefícios reais para empresas.
O papel da Altcom Tecnologia para o sucesso do Zero Trust
Construir ambientes digitais mais seguros não acontece do dia para a noite. É preciso conhecer as particularidades do negócio, alinhar expectativas e comunicar com transparência. A metodologia Altcom 365 nasceu a partir dessa necessidade de não apenas criar controles, mas manter um acompanhamento de perto, prevenindo incidentes e adaptando estratégias conforme novas ameaças surgem.
Por isso, a Altcom aposta em parcerias de longo prazo, colocando a escuta ativa no centro das relações com clientes. E é desse jeito que transformamos conceitos avançados, como o Zero Trust, em realidade para times de diferentes segmentos e tamanhos.
Se você está refletindo sobre fortalecer a segurança da sua empresa, começar a aplicação de Zero Trust pode parecer desafiador à primeira vista. Talvez seja esse o ponto de virada para seu negócio enfrentar o novo cenário digital, contando com o suporte de uma equipe especializada e próxima como a da Altcom.
Desconfie do acesso. Confie na metodologia.
Conclusão: começando a jornada Zero Trust agora
A digitalização aproximou pessoas e empresas, mas também trouxe desafios inéditos para a proteção de dados. O Zero Trust é a resposta mais moderna a esse cenário, permitindo que empresas tenham controle real sobre tudo que acontece, sem brechas fáceis para invasores.
Seja para proteger dados sensíveis, cumprir normas ou reduzir o impacto de incidentes, o Zero Trust é atualmente a melhor escolha para quem quer dormir tranquilo e evitar surpresas desagradáveis.
E você: já começou a implantar essa abordagem? Que tal contar com a experiência da Altcom Tecnologia e garantir uma jornada segura, eficiente e personalizada para o seu negócio?
Se tiver dúvidas ou quiser conversar sobre um plano de Zero Trust para o seu ambiente corporativo, fale conosco. Conheça nossa categoria de artigos sobre segurança da informação e veja como podemos ajudar a definir a melhor estratégia para sua empresa.
Perguntas frequentes sobre Zero Trust
O que é Zero Trust?
Zero Trust é uma abordagem de segurança da informação baseada no princípio de nunca confiar automaticamente em nada, dentro ou fora da rede corporativa. Cada usuário, dispositivo e tentativa de acesso é sempre checada, validada e monitorada, buscando reduzir riscos e brechas que possam ser exploradas por invasores.
Como aplicar Zero Trust na empresa?
Comece mapeando todos os ativos digitais, classifique usuários e permissões, implemente políticas claras de acesso, divida a rede em microsegmentos e invista no monitoramento contínuo. É fundamental também treinar equipes sobre boas práticas. Com o suporte da Altcom Tecnologia, é possível aplicar o Zero Trust passo a passo, alinhando tecnologia, processos e cultura.
Quais são os benefícios do Zero Trust?
Os benefícios vão desde prevenção de vazamentos de dados até limitação de danos em caso de invasão, passando por facilitação de auditorias, adequação a normas como LGPD e maior controle sobre quem acessa o quê na empresa. Tudo isso sem prejudicar a rotina dos usuários, quando aplicado corretamente.
Zero Trust é caro para implementar?
Não obrigatoriamente. Os custos variam conforme a complexidade do ambiente e o estágio atual de maturidade em segurança. Muitas práticas podem ser iniciadas sem grandes investimentos, aproveitando recursos existentes. A implantação pode ser gradual, focando nos setores mais críticos primeiro. Um parceiro especializado, como a Altcom Tecnologia, pode ajudar a otimizar recursos e priorizar ações.
Zero Trust funciona em nuvem e local?
Sim. O Zero Trust é aplicável em ambientes de nuvem, locais, híbridos e também para dispositivos móveis e sistemas legados. O conceito é flexível e pode ser adaptado conforme a arquitetura da empresa, oferecendo proteção em todos os pontos em que dados possam trafegar ou ficar armazenados.
